Fado Marujo
Amália Rodrigues
Quando ele pasa
O marujo português
Não anda, passa a bailar
Como ao sabor des marés
Quando se ginga
Põe tal jeito, faz tal proa
Só p'ra que se não distinga
Se é corpo humano ou canoa
Chega a Lisboa
Salta do barco e um salto
Vai parar à Madragoa
Ou então ao Bairro Alto
Entra em Alfama
E faz de Alfama o convés
Há sempre um Vasco da Gama
Num marujo português
Quando ele passa
Con seu alcache vistoso
Trás sempre pedaras de sal
No olhar malicioso
Põe com malícia
A sua boina maruja
Mas se inventa uma carícia
Não há mulher que lhe fuja
Uma madeixa
De cabelo descomposta
Pode até ser a fateixa
De que uma varina gosta
Sempre que passa
O marujo português
Pasas o mar numa ameaça
De carinhosas marés
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